Isto e Aquilo: agriculturas e produção do espaço na Região Metropolitana de Belo Horizonte
- aueufmg
- 16 de fev. de 2017
- 2 min de leitura
Já está disponível na nossa biblioteca para leitura e download a tese de doutorado realizada por Daniela Almeida “Isto e Aquilo: agriculturas e produção do espaço na Região Metropolitana de Belo Horizonte”. O trabalho foi feito em colaboração com o AUÊ! e permeou várias ações do grupo.
Resumo: Esta tese parte da percepção de um contraponto entre a riqueza das experiências agrícolas cotidianas encontradas nas regiões metropolitanas e as lacunas no conhecimento acadêmico acerca dessa prática social no Brasil. O modo como foi conduzida proporcionou a aproximação entre a vivência profissional e ativista da autora, as abordagens teóricas e conceituais adotadas e as dinâmicas socioespaciais na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) que conformaram o recorte analítico da pesquisa. Para interpretar as relações entre as agriculturas e a produção do espaço na RMBH, articulou-se a abordagem lefebvriana sobre o urbano contemporâneo, com conceitos da ecologia política e da agroecologia e com o debate atual acerca da agricultura urbana. A dialética socioespacial e leituras não dicotômicas que tratam da relação urbano-cidade, urbano-rural e urbanonatureza inspiraram a abordagem dos espaços agrícolas urbanos como produtos de contextos sociopolíticos em diferentes tempos e escalas, mas também como parte da sociedade urbana, o urbano em formação. Esses espaços são, assim, compreendidos como contemporâneos, contraditórios, abertos para o futuro e para novas interações que podem produzir outras trajetórias que diferem da homogeneização de espaços e modos de vida resultantes da lógica de produção capitalista, bem como problematizam as concepções de agricultura e de sistemas alimentares em disputa no mundo atual. O referencial empírico desta pesquisa buscou convergir a recente experiência de planejamento territorial com as iniciativas de mapeamento e caracterização das práticas de agricultura conduzidas por espaços sociais atuantes na RMBH. As análises sobre as agriculturas na região possibilitaram a construção de um panorama geral – a partir de dados secundários e primários disponíveis para os 34 municípios da RMBH – e uma leitura territorial de conflitos e potencialidades – a partir de cinco vetores de expansão metropolitana. Possibilitaram ainda argumentar que a conformação do campo da agroecologia urbana pode favorecer novas configurações territoriais na RMBH, assim como vir a fortalecer e ampliar a escala das práticas cotidianas que mostram ser possível cultivar o urbano como espaço de convivência entre as pessoas e entre as pessoas e a natureza.
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